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“Estamos em uma nova era da tecnologia do consumo”

Quase toda decisão tomada atualmente, seja de negócios, seja do consumidor, é baseada em dados, aponta Steve Koenig, VP de Market Research da CTA

Fernando Murad
8 de janeiro de 2019 - 3h56

5G é o sistema nervoso da Era dos Dados (crédito: divulgação)

“Estamos vendo tendências que discutimos há anos se tornarem realidade, como 5G em veículos autônomos nos Estados Unidos, a venda de TV 8K não só no Japão e o aumento da penetração dos assistentes de voz e da inteligência artificial nas casas, envolvendo os consumidores. As inovações, tecnologias e tendências da feira mostram que estamos nos aproximando de uma nova era da tecnologia de consumo”, ressaltou Steve Koenig, vice-presidente de Market Research da Consumer Technology Association (CTA), organizadora da Consumer Electronic Show (CES), na palestra CES 2019 Trends To Watch.

Este novo momento do mercado, segundo o executivo, é a Era dos Dados, que surge após a Era Digital, dos anos 2000, e a Era da Conectividade, de 2010. Em menos de 20 anos deste novo século, a internet já se tornou algo trivial – parece que sempre esteve ali à disposição – e passamos grande parte das nossas rotinas online, seja no trabalho, seja no lazer, e se não conseguimos uma conexão, ficamos chateados. “Sentimos essa transição para a Era dos Dados porque mais e mais escolhas do consumidor e decisões de negócio são baseadas e suportadas por dados”, destacou Stevie.

O dado, segundo Koenig, é o denominador comum entre aparelhos, serviços e negócios. Por isso, o uso de dados e a privacidade online se tornaram temas tão cruciais. A GDPR, regulamentação europeia do assunto, que inspirou a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil, é um grande exemplo.

Tendências
Dentro deste contexto, Koenig apresentou as principais tendências que estarão expostas na CES e o 5G, em sua opinião, será o sistema nervoso. “Em dois ou três anos, veremos redes 5G operando em várias partes do mundo, amplificando exponencialmente a conexão entre aparelhos que já ocorre hoje”, projetou. E essa conexão será não apenas de aparelhos domésticos, mas também da infraestrutura das cidades, possibilitando inovações disruptivas em várias frentes.

A inteligência artificial é outra área de destaque na feira, com processadores e chips em TVs e smartphones, e machine learning e assistentes digitais melhorando a experiência dos consumidores. A parte mais visível deste movimento são os assistentes de voz. O comando de voz está se tornando cada vez mais uma interface comum para o público, usado em caixas de som e em telas. A Alexa, da Amazon, por exemplo, já tem mais ou menos 60 mil habilidades e cerca de 20 mil aparelhos compatíveis. “Você pode pedir pizza ou ter ajuda espiritual com a Alexa”, conta o VP da CTA.

Outra tecnologia que ganhará escala rapidamente é a de TV 8K. Enquanto neste ano a previsão é de que sejam comercializadas 200 mil unidades nos Estados Unidos (as TVs 8K têm tela de 65 polegadas ou mais e resolução de 33 milhões de pixels), em 2022 este número chegará a 1,2 milhão, segundo estimativas da CTA. Os Jogos Olímpicos Tóquio 2020 já serão transmitidos com esse sistema.

No caso das tecnologias imersivas, como realidade virtual e aumentada, o número de hardwares e aplicativos tem crescido, assim como sua aplicação, no varejo, nos esportes, na cultura (museus e sítios históricos) e na educação; e o áudio surge como novo elemento. No Japão, por exemplo, já existe um parque de diversões de realidade virtual, o VR Zone Shinjuku. “Essas tecnologias estão ampliando a experiência dos consumidores e gerando oportunidade de monetizar. Estamos vendo isso emergir em 2019 e não em 2050”.

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O futuro da mobilidade, com a adoção de carros autônomos – a Waymo, do Google, iniciou o uso comercial do seu serviço –, o desenvolvimento da tecnologia de carregamento dos carros elétricos e a V2X Communications (comunicação entre veículos e infraestrutura), também será destaque na feira da CES, assim como o crescimento de aplicações de tecnologia para a promoção da saúde e para evitar desastres naturais, preservar a infraestrutura e manter a segurança.

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