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Brinquedo erótico gera polêmica na CES

Feira retira sex toy da premiação que destaca inovações e criadora acusa os organizadores de falharem na diversidade


9 de janeiro de 2019 - 15h38

Por Garett Sloane, do Advertising Age*

A Consumer Eletronic Show tirou um sex toy de sua premiação para inovações e a criadora do estimulador robótico não está deixando a afronta de lado.

A empresa de hardware por trás do sex toy se chama Lora Dicario e sua fundadora, Lora Haddock, escreveu um longo texto criticando a CES e sua liderança na terça-feira, 8, sobre a decisão de retirar o produto da competição, colocando como evidência o problema de gênero na indústria tecnológica. A empresa tinha inscrito o estimulador, chamado Osé, na categoria de robótica e drone.

Estimulador sexual chamado Osé (Ilustração: AdAge)

“Nosso time de tecnologia composto quase inteiramente por mulheres está desenvolvendo novas tecnologias que imitam todas as sensações da boca, língua e dedos humanos para uma experiência quase real”, escreveu Haddock em uma publicação em seu blog. “Nós estamos falando de robótica realmente inovadora”.

Além de tirar o produto da categoria, a CES impediu Lora DiCarlo de expor no evento, diz a fundadora da empresa. “O produto não se encaixa em nenhuma de nossas categorias existentes e não deveria ser aceita no Innovation Awards Program”, declarou um porta-voz da CES em comunicado na terça-feira. “A Consumer Technology Association (CTA) comunicou essa decisão para Lora DiCarlo. Nós pedimos desculpas à empresa por nosso erro”.

De qualquer forma, Lora apontou outras empresas de tecnologia relacionadas a sexo que apareceram na CES no passado, como Abyss Creations. Os organizadores da CES não fizeram mais comentários. Na CES de 2018, a organização foi criticada quando nenhuma mulher foi incluída no lineup de palestrantes. Lora Haddock disse que há um viés contra as mulheres no evento e na indústria da tecnologia em geral.

“A CES e a CTA têm uma história longa documentada relacionada a viés de gênero, sexismo, misoginia e padrões dúbios — assim como a indústria da tecnologia como um todo”, escreveu a fundadora da empresa. “Desde a exclusão de mulheres fundadoras e executivas até a exclusão de produtos voltados à mulheres em exposição — há problemas visíveis com a diversidade”.

*Tradução: Thaís Monteiro

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