O que será do smartphone em meio a tantos devices?
Símbolo da evolução digital, o telefone inteligente está em xeque em função do surgimento de outros equipamentos como wearables, mas pode ganhar um novo significado
Símbolo da evolução digital, o telefone inteligente está em xeque em função do surgimento de outros equipamentos como wearables, mas pode ganhar um novo significado
Luiz Gustavo Pacete
9 de janeiro de 2020 - 6h00
O smartphone chegou até aqui como o device queridinho. Foi por meio desse aparelho inteligente que as pessoas organizaram suas dinâmicas de trabalho. É por ele que pedem comida e se entretém. É por meio dele que ficam grande parte do tempo nas redes sociais e até discutem a questão da desconexão. Na CES, o smartphone tem espaço garantido, mas em meio a tantos equipamentos inteligentes e multitarefas, ele não é o protagonista. A metáfora vale para o cotidiano e a pergunta está presente, qual é o futuro do smartphone?
Em suas participações recentes no SXSW, a futurista Amy Webb, com alguma frequência, apontou que o smartphone tem vida curta a partir de agora, considerando que vários outros eletrônicos estão fazendo parte da vida das pessoas. Mas será que essa premissa ainda vale? Pela CES, algumas dicas. Alimentado por uma conexão 5G, o smartphone aparece como uma espécie de portal, uma central de inteligência que comanda wearables, IoTs e até mesmo carros. Neste sentido, ele não só tem seu tempo de vida prolongado, como ganha ainda mais importância.
Para Alessandro Germano, diretor de desenvolvimento de negócios para América Latina do Google, os smartphones passam a compor um ecossistema mais complexo. “Com assistentes pessoais em bilhões de aparelhos, o smartphone passa ser uma peça importante do que estamos chamando de computação do ambiente (ambient computing): ele pode servir como um sensor de localização e um sinal de preferências individuais dentro da casa, dando mais contexto aos comandos: se eu peço para ligar a TV, a qual cômodo particularmente estou me referindo, e qual seria o melhor canal para colocar? Em suma, o smartphone enriquece a experiência da casa digital, transformando a rua numa extensão da casa, e tornando os comandos dentro de casa mais contextualizados e eficientes”, explica.
Léo Xavier, CEO da Pontomobi, explica que, nos últimos dez anos, os smartphones ganharam protagonismo como principal device do dia-a-dia “desbancando outras telas que passaram a ser coadjuvantes, como os computadores e TV.” Porém, esse protagonismo não se sustenta nos próximos dez anos. “O que veremos nos anos 20, a partir de uma acelerada ‘inteligentização’ das coisas, será a pulverização desse protagonismo. Tudo estará conectado e inteligente: geladeira, microondas, sapato e bidê, enfim, tudo. Logo, estaremos conectados a muito mais coisas no dia-a-dia, diminuindo sensivelmente o tempo dispendido para a tela dos smartphones.”, explica alertando que os smartphones não morrerão, mas terá um novo papel.
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