O lado geek de Las Vegas
Pedras pintadas, servidores sustentáveis e zumbis virtuais: três destinos ligados à arte, tecnologia e inovação na cidade dos caça-níqueis
Pedras pintadas, servidores sustentáveis e zumbis virtuais: três destinos ligados à arte, tecnologia e inovação na cidade dos caça-níqueis
4 de janeiro de 2019 - 12h06
Passei a juventude em Nevada, um estado americano famoso por suas estradas cinematográficas, bases militares enigmáticas (Area 51) e, principalmente, sua maior cidade, Las Vegas – que atrai turistas do mundo todo com seus cassinos e shows. Depois do high school, me matriculei na University of Nevada Las Vegas (UNLV) – mas não era nada daquilo que você vê em filmes como Se Beber, Não Case! Las Vegas, na real, tem um lado cultural e tecnológico que poucos conhecem e é este lado geek da cidade que pretendo destacar no Meio & Mensagem durante o Consumer Electronics Show 2019.
O CES começou em Nova York em 1967. A primeira edição do evento em Las Vegas foi realizada em 1978. Através dos anos, esta feira tecnológica se tornou um palco global para o lançamento de produtos eletrônicos. Alguns exemplos famosos incluem o VCR (1970), CD (1981), DVD (1996), Xbox (2001) e Blu-ray (2004), entre tantos outros. Lembro que durante a faculdade, eu e os meus amigos acompanhávamos as novidades do CES na televisão, já que o evento não é aberto ao público geral.
Na semana passada, mandei um e-mail para dois amigos daquela época, Dean Steiner e Tom Bean. Morávamos juntos num apartamento perto do campus e comprávamos cada nova geração de eletrônicos que entrava no mercado. Eles moram até hoje na cidade e comentei que eu estaria participando do CES este mês. Marcamos uma cerveja para colocar o papo em dia e também aproveitei para pedir algumas dicas para esta coluna. Quais destinos locais eles indicariam para turistas que gostam de arte, inovação e tecnologia – e que querem fugir dos caça-níqueis? Seguem três respostas.
Seven Magic Mountains
Criado há dois anos pelo artista suíço Ugo Rondinone, “Seven Magic Mountains” é uma instalação ao ar livre localizada a 15 quilômetros da cidade, perto da Interstate 15 (estrada que liga Las Vegas a Los Angeles). São sete colunas de pedras coloridas, cada uma com aproximadamente 10 metros de altura. A obra faz alusão à cidade de Las Vegas e simboliza a junção do natural com o artificial. O Nevada Museum of Art e a Art Production Fund pretendiam retirar as pedras no começo de 2019, mas, devido ao sucesso, a instalação permanecerá no local por mais alguns anos.
Switch Data Center
Em 2000, o visionário empreendedor Rob Roy abriu em Las Vegas um dos data centers mais sofisticados do planeta. Hoje, a Switch é referência mundial em armazenamento de dados em nuvem – sobretudo porque a empresa utiliza energia verde em 100% dos seus servidores. Para sobreviver no deserto, longe de grandes centros e com recursos escassos, vários nomes do setor tecnológico que operam na região estão desenvolvendo soluções pioneiras de logística e sustentabilidade. Outro exemplo é a Amazon, que este ano vai finalizar a construção de um imenso e ultramoderno centro de distribuição em Las Vegas. Para agendar um tour pelas instalações da Switch, visite o site da empresa.
Freemont Street Experience
Antigamente, a Freemont Street era a rua principal de Las Vegas. As cenas clássicas que mostram Las Vegas nos anos 50, 60 e 70 foram filmadas lá. Mas a partir dos anos 90, os cassinos da Strip se tornaram a principal atração da cidade. Para deter o êxodo de turistas, um grupo de empresários inaugurou, em 1995, a Freemont Street Experience: uma gigantesca tela LED que cobre a rua. A atração deu certo e o centro antigo ganhou vida nova. Hoje, visitantes podem escolher entre várias experiências, como “voar” por meio dos cassinos num zipline ou fugir de zumbis na “Fear the Walking Dead Survival” – uma mistura de escape room, game imersivo e teatro ao vivo.
Veja também