Como transformar tecnologia em experiência?
Saímos da CES 2019 com o grande desafio, não só para a mobilidade urbana, mas para o uso de toda essa nova tecnologia que permeou os debates da feira
Saímos da CES 2019 com o grande desafio, não só para a mobilidade urbana, mas para o uso de toda essa nova tecnologia que permeou os debates da feira
14 de janeiro de 2019 - 15h38
Me despeço da CES 2019, maior evento de tecnologia e inovação do mundo, que aconteceu em Las Vegas, nos Estados Unidos, com mais perguntas que respostas. A feira é um verdadeiro celeiro de ideias e novas tecnologias que nos convidam a conhecer um admirável mundo novo.
Dois grandes temas permearam a CES 2019: Tecnologia 5G e Inteligência artificial com foco nos assistentes virtuais. Vale destacar que mais do que os produtos apresentados por diversas empresas utilizando essas tecnologias, são as experiências e o impacto que elas trarão na vida das pessoas. É importante considerar como a user experience será mais bem resolvida.
Se até bem pouco tempo atrás, ainda havia a discussão sobre qual modo de interação homem-máquina (por toque, gesto ou voz) seria o mais indicado, a CES trouxe a resposta: será na base da conversa, literalmente, que as máquinas irão interagir conosco. E diversas empresas trouxeram desenvolvimentos de assistentes virtuais ativadas por automação e ou ativação por voz, como Bixby (Samsung), Alexa (Amazon), Cortana (Windows) e Google Assistant.
E o futuro do automóvel? Será compartilhado, elétrico, autônomo, um misto de tudo isso? Independente da resposta, é importante notar que o momento do automóvel hoje é de transformação: ele muda o status de apenas transportar pessoas e passa a conectá-las por novas tecnologias, pelo celular, pelos assistentes virtuais e através da relação das pessoas com a mobilidade urbana e com as cidades. Esse é um novo cenário que vem se desenhando.
É importante pensar em como as pessoas desejam se movimentar. Cada trecho pode ter um meio de transporte diferente mais adequado ao momento vivido e às necessidades de horários, conforto e segurança. E deverá fluir espontaneamente entre todos os métodos: do carro para o transporte público, para o carro compartilhado, para a bicicleta ou para o patinete, e assim por diante. Garantindo também que a forma de pagamento seja única e gerencie integradamente todos os meios de deslocamento nessa nova matriz que se desenha.
Os assistentes virtuais atingem diretamente os motoristas já que, afinal, dirigir é uma das tarefas diárias que mais exigem concentração.
Com a popularização da internet das coisas (IoT, de Internet of Things), o motorista pode, por exemplo, preparar o ambiente doméstico ainda em meio ao trânsito, voltando para casa: com um único comando de voz, iluminação, climatização, mídia e até o banho podem estar do jeitinho que ele gosta. E se estiver faltando algo em casa, a geladeira pode avisar você. Se acatar a sugestão, o GPS indicará o mercado mais próximo.
Falando em compras, a Amazon apresentou uma solução muito prática: o Key (for Garage ou for Car). Você adquire um aparelho da própria Amazon que permite ao entregador da empresa o acesso à garagem da sua casa ou ao porta-malas do seu carro, se você preferir guardar suas compras no veículo. Assim, a Amazon pode deixar suas compras dentro da sua garagem sem a necessidade de alguém para recebê-las; ou então no porta-malas do seu carro, bastando que o veículo tenha os serviços de abertura das portas via aplicativo e que esteja estacionado num local em que o entregador tenha acesso.
Saímos da CES 2019 com o grande desafio, não só para a mobilidade urbana, mas para o uso de toda essa nova tecnologia que permeou os debates da feira: precisamos pensar em como construir de fato experiências que sejam relevantes para o consumidor a partir de toda essa tecnologia, interação, inteligência artificial, machine learning, IoT que estão disponíveis e que se desenham dentro desse círculo e como todos criam experiências significativas para o consumidor.
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