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Problemas da humanidade exigem que tecnologia saia da bolha

Gary Shapiro, organizador da CES 2020, reforça que a próxima década converge vários temas políticos, sociais e ambientais que demandam soluções pensadas para todos

Luiz Gustavo Pacete
7 de janeiro de 2020 - 17h48

Gary Shapiro durante a abertura oficial da CES 2020 na manhã desta terça-feira, 7 (Crédito: David Becker/Getty Images)

“Se não nos tornarmos mais humanos com nossas inovações, algo deu muito errado até aqui”. Essa foi uma das frases de Gary Shapiro, CEO da Consumer Technology Association (CTA), entidade que organiza a CES, ao abrir oficialmente as conferências deste ano. Após ressaltar a importância da CES como palco de inovação, Shapiro destacou que a próxima década de inovação deverá ser voltada para grandes problemas da humanidade e que a tecnologia deve estar a serviço de fazer o mundo melhor.

“Discutir innovation policy vai ser ainda mais necessário nos próximos dez anos”

 

“Política, ambiente, fronteiras, saúde, o mundo tem vários desafios e a tecnologia deve estar à disposição dessas pautas. Se na última década, indústrias foram reinventadas, empresas nasceram e outras morreram e a nossa vida é completamente diferente, nada faz sentido se não construirmos um mundo melhor”, ressaltou. Shapiro pontuou casos específicos para ilustrar o que chamou de “mundo melhor”. O primeiro aspecto foi a liberdade de expressão e pensamento, ele reforçou que é necessário aprender a conviver com posições e opiniões diferentes sem que tudo vire uma polarização. O executivo foi criticado, recentemente, por bancar a presença de Ivanka Trump, conselheira de Donald Trump, em um painel sobre o futuro do trabalho na CES.

Sobre o aspecto político, Shapiro reforça a necessidade de que as discussões ideológicas ou de pontos de vista de um outro candidato não devem impedir o progresso ou o foco de esforço em resolução de questões urgentes. “Com a velocidade das transformações e o tamanho dos desafios, nossa missão não é sobre o que fazer no futuro, mas é sobre hoje, e a política, neste contexto, tem um papel fundamental, desde que feita sob uma abordagem construtiva”, reforçou sem mencionar diretamente casos recentes como a tensão do governo americano com o Irã, por exemplo.

“Com a velocidade das transformações e o tamanho dos desafios, nossa missão não é sobre o que fazer no futuro, mas é sobre hoje”

 

Ambiente foi outro tema colocado por Shapiro como vital na construção de um mundo melhor. Segundo ele, a tecnologia é fundamental para proteger ativos naturais, manter dinâmicas de prevenção e impedir que recursos naturais sejam destruídos. Shapiro destacou a necessidade de olhar para a saúde não só do ponto de vista individual, mas coletivo e como as transformações recentes podem tornar o cuidado das pessoas algo menos restrito e mais acessível. E, por fim, reforçou a importância da privacidade e da segurança de dados em um contexto em que as pessoas compartilham cada vez mais informações, sobretudo sobre sua saúde.

O executivo-chefe da CES finalizou destacando a importância da “innovation policy”, política de inovação que consiga dar conta do avanço da tecnologia e das transformações em aspectos políticos e sociais. E para escalar a discussão, Shapiro lançou oficialmente o The Global Tech Challenge, parceria da CES com o World Bank Group com foco em três áreas principais: saúde, equidade de gênero e tecnologias que permitam que comunidades ao redor do mundo sejam mais resistentes a desastres e mudanças climáticas.

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