Meio&Mensagem

20 de janeiro de 2020 - 13h03

(Crédito: Tim de Groot/Unsplash)

Logo na virada do ano, escrevi sobre quais eram minhas expectativas para a feira em 2020. Como um profissional da área de televisores, sugeri alguns temas, como a aplicabilidade e versatilidade de OLED como uma atração audiovisual, bem como suas aplicações em TVs, o desenvolvimento da resolução 8K e, por fim, a expansão da Inteligência Artificial.

Os temas sugeridos foram amplamente explorados na feira. Mais uma vez, as OLEDs, que são telas em que cada pixel pode se autoiluminar individualmente sem a necessidade de um painel de iluminação traseira, propiciaram uma das maiores atrações da feira.

Também foram apresentadas novidades em termos de painéis para a formação de imagem, como a apresentação do Mini LED por uma grande variedade de indústrias, dentre as quais destacaram-se a LG, Samsung e TCL. As marcas apresentaram, mesmo que ainda como conceito, uma variação muito sofisticada de telas LCDs (telas de cristal líquido) Premium, na qual a TV controla a iluminação dos pixels em blocos cada vez menores. O produto se enquadra num possível modelo intermediário entre os LCDs Premium atuais, conhecidos pela aplicação de nano-partículas capazes de melhorar a reprodução de cor (como as tecnologias Nanocell, Q-LED e Triluminus, já existentes no Brasil) e as OLEDs.

No quesito desenvolvimento da resolução 8K, que evolução! O sortimento de telas 8K estava enorme, inclusive no quesito tecnologia de painel, uma vez que havia 8K em LCDs Premium e, também, em OLED. O desenvolvimento da resolução é tão importante que uma das temáticas foi até a normatização dos padrões de consumo de telas 8K, estabelecido pela Consumer Technology Association (CTA), associação que organiza a CES, para facilitar a identificação de produtos que atendem os requisitos necessários para que o consumidor tenha a melhor experiência visual quando estiver assistindo um produto com a resolução. Fica a dica: procurem por produtos com o selo 8K UltraHD da CTA para garantir que vocês estejam comprando os melhores produtos do mercado.

Não menos importante foram os temas Inteligência Artificial, Internet das Coisas e veículos com qualquer nível de automação. Quem acompanhou a cobertura da feira, viu que, novamente, as temáticas foram unânimes mesmo antes da feira começar.

Apresentações de Inteligência Artificial foram vistas em muitos dos estandes da feira, sendo possível observar o conceito de interação e integração de múltiplos aparelhos e mecanismos conectados entre si para garantir uma relação contínua e altamente eficiente entre a tecnologia e o dia-a-dia dos usuários, para que suas rotinas sejam cada vez mais práticas e convenientes. Mas você, leitor, está se perguntando se isso não seria futurístico ou utópico demais? Na verdade, não. Quando pensamos em inteligência artificial imaginamos robôs e eventualmente nos sentimos ameaçados pela ideia de sermos substituídos por máquinas. A realidade é que a inteligência artificial tem inúmeros pontos de contato que, no caso de uma TV, podem ir desde o Deep Learning, em que aparelhos “aprendem” os hábitos dos usuários e fazem sugestões de uso, até você efetivamente usar assistentes pessoais para programar compras ou controlar sua casa por completo, simplesmente usando comandos de voz em sua língua nativa, que neste ano pode ser feito até “Hands-Free”.

A chegada do 5G trará um desenvolvimento ainda maior para a temática Inteligência Artificial e em especial para as siglas “Vs” (V2V, V2I e V2X – Veículo para Veículo, Veículo para Infraestrutura e Veículo para Tudo, respectivamente) pois permitirá uma “troca” de informações muito maior e mais abrangente entre aparelhos, veículos, pedestres, infraestrutura etc. Junto com ele, virão os carros autônomos, maior segurança, comodidade e eficiência, inclusive para aproveitar seu tempo no trânsito.
Ok, admito que a CES apresenta muita inovação e conceitos, mas a realidade é que o futuro já é presente em muitos dos seus temas. Bem-vindo ao presente!